15 de jul. de 2013

Por Crys Rangel.
A enorme maioria dos médicos que visitei nos últimos tempos me disse para eu procurar um analista, e não um médico. Sim, doutor, eu sofro demais, choro demais, sinto demais, sou intensa demais, diferente demais. Mas, independente de quanto sofro com as coisa, ou com que coisas, esta sou.
Para curar qualquer problema, era preciso parar de lutar contra mim mesma. Era preciso me aceitar, me descobrir, me pesquisar, me amar e me fazer cada dia mais feliz.
Na situação em que eu vivia, era cômodo colocar a culpa nas circunstâncias: "Estou infeliz porque não viajo" ou "Estou infeliz porque não posso fazer o que quero na hora que quero". Então tomei coragem e fui ver de perto. Eu viajei, passei dias sozinhas, fiz o que queria na hora em que dava vontade. E deparei comigo mesma.
Deparar consigo mesma parece uma maravilha do crescimento. Pois nascemos ouvindo milhões de regras, deveres, morais... E viciamos o olhar e o coração para fora. Mas por que não para dentro, se a única coisa que realmente é a nós mesmos?
Enfim, lá estava eu, com tudo o que tanto pedi e reclamei, e mesmo assim ficava triste. E fiquei impressionada ao perceber que criei outras infelicidades. Mas foi só quando parei de me questionar e me julgar que minha vida melhorou. É preciso atender às nossas vontades só pelo fato de viver com prazer. É claro que temos que lidar com milhões de pequenos obstáculos que parecem impedir a realização de um desejo. Mas é essa a graça do jogo: um caça-ao-tesouro da felicidade.
É desenvolver e exercitar a capacidade de olhar em volta e aproveitar o que tiver. É limpar a vista e desobstruir os caminhos ruma à alma. É tirar a poeira das inseguranças alheias, as barreiras dos protótipos de felicidade e virar um pesquisador de si mesmo. E, quando menos esperamos, vem àquela sensação plena, o coração fica maior, e lá vem ela, tão linda: a felicidade. E ela estava bem ali, tão perto que não vimos. Ela estava bem aqui, no primeiro ponto de todos: nós mesmos."


Um comentário:

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